Uma quadro uniforme artificialmente captando variações de verde, se estufa na parede a minha Direita
É a primeira e única coisa que vejo
E provavelmente a única que lembro de vez
Talvez
Por que tenha sido a que mais me impressionou
A forma como a voz alheia fazia esse quadro se projetar
De ponta cabeça
Se tornando mais obliquo e molhado
Mais sem sentido do que abstrato
Mais irreal do que falado
Parecia a jato, se deslocando ferozmente
Enquanto a outra pessoa a linha do lado de lá
Fazia a narrativa colossal
E não pude deixar de te imaginar torpe, falso e real
Na verdade, agora sim
Você me parece real
Era injusto demais para ser de verdade
E de repente
Nesse entender de um instante
O quadro para de girar
A cor volta a ser a mesma antes do instante inusitado
E você?
Meu querido você, passa a ser apenas uma cor escolhida pelo próprio
Como artificialmente musgo
E isso me traz gratidão
Por que realmente e necessariamente agora
TUDO isso é a ti.
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